Sobre Você

sexta-feira, setembro 19, 2014 2 Comentários A+ a-


       

    Cheguei em casa hoje com milhares de textos fervendo nos dedos, implorando pelo som do teclado do computador. O engraçado é que todas as vezes que eu começava, era sobre você. Era sempre sobre você. Não era sobre todas as minhas milhares de manias ou aqueles medos bobos de criança que tu sabes bem que eu tenho, mas sobre o quanto eu gosto quando seu perfume fica na minha roupa e eu posso senti-lo quando estamos longe. Era sobre a sua risada que me faz querer rir também, sobre o quanto o tempo que a gente passa junto parece tão pouco.

           Tentei escrever algo que não tivesse relação com a sua pessoa, mas foi como sentir sede e tentar aliviá-la comendo em vez de tomar um copo de água. Eu estou repleta da sua presença. Quero-te tanto que tudo que desejei na vida parece insignificante. Isso é tão real que eu fico me perguntado se não é pecado. Como posso gostar tanto de alguém a ponto de esquecer aquilo que nunca poderia ser esquecido?

           Então, enquanto a gente se abraça e o mundo fica pequeno, eu começo a desejar que, pela primeira vez, o futuro não esteja tão distante. Você faz eu sentir esperança. Faz-me acreditar quando pensei que nunca mais acreditaria e isso é só o começo. São só as primeiras linhas escritas em uma folha amassada, é só o princípio de algo que pensei que nunca chegaria.

            Começo a pensar que, em seu amor e cuidado, Deus tenha passado a limpo o rascunho da nossa história. Quando perguntas onde estive esse tempo todo penso que estive aprendendo, sendo moldada pela vida e pelas mãos do Criador para ser quem você precisa que eu seja. Assim como você, que com suas cicatrizes e traumas, está tão intimamente ligado com as minhas necessidades que durante nossas horas juntos chego a esquecer-me delas.

            Você e sua simplicidade natural, seus detalhes escondidos por trás das coisas comuns do cotidiano.    Você e seus trejeitos, sua risada e seus sorrisos. Que faz meu coração aquecer-se pela primeira vez em anos, que faz meus joelhos tremerem. Você que tanto entende a dor que carrego na alma, o choro silencioso de quem aprendeu que a vida não mima ninguém. Que sabe quando meu riso é de dor, quando a voz é de pranto, porque sabes bem que não choro. Pois sabes bem o quanto sinto.

           Como pode ter tanto de tudo e ainda parecer tão pouco? Quem te olha não sabe o quanto és poesia andante, não sabe da grandeza que foi-lhe imposta com cuidado. Eles não entendem seu brilho, nem o meu. Não enxergam nossa luz, eles estão cegos. Cegos. Como eu estive durante tanto tempo, incapaz de ver que eu também tinha o direito de ser feliz. E eu quero ser feliz, amor.
       
            Quando penso nas coisas que poderíamos fazer, em quem poderíamos ser juntos. Agora são somente sonhos, mas se distantes e desconhecidos fomos tão longe, mal consigo pensar no quanto podemos alcançar se estivermos juntos. Sabes o quanto isso me assusta, o quanto eu tento dizer-te o que sinto e as palavras não saem. Elas não saem. Trancam na garganta e permanecem ali, deixando-me a beira de uma loucura amarga. Quero dizer-te o quanto és especial, o quanto o mundo parece bom quando você me olha. Só isso, só precisas me olhar e toda a dor, todo medo, todas as vezes que chorei sozinha a solidão da minha vida, tudo isso some. Tudo isso vira pó.
        
          Talvez isso seja um exagero para algo que começou a tão pouco tempo, talvez parece mentira quando digo que você trouxe coisas novas, coisas que nunca senti antes, para minha vida. Mas é verdade. Tão verdadeiro quanto à vontade que a gente tem de fugir pra longe. Tão real quanto o ponteiro que corre no meu relógio de pulso. Tão certo que não foi escolha nossa, foi de Alguém infinitamente maior.

- Cora.

Textos, frases, crônicas, drama e uma mistura de coisas que só quem sente pode entender. O blog é uma mistura de tudo aquilo que passa na minha confusão mental, um pouco de crítica, um pouco de jogos, um pouco de tudo pra quem pensa em tudo.

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