Essa coisa sem nome que somos nós

quarta-feira, janeiro 28, 2015 2 Comentários A+ a-



Toco o seu rosto com as pontas dos meus dedos. Você fecha os olhos como se tivesse medo que o encontro dos nossos olhares pudesse quebrar isso que nos rodeia. Essa coisa sem nome que já deixou de ser paixão, que já deixou de ser amor, e se tornou algo muito maior.

Deslizo pelos contornos da tua face desejando eternizar essa imagem na minha mente. Os teus olhos brilhando em completa devoção e meu coração agarrando-se as tuas palavras. Sei que não fazes promessas, eu entendo, meu amor. O medo de não cumprir nossos sonhos também me assombra e eu entendo que guarde receios sobre o que será de nós no futuro. Isso não faz de você um covarde, faz de você o homem certo. Tão certo que não oferece palavras que não pode cumprir, promessas que podem partir nossos corações e borrar minha maquiagem bem-feita. Você não, você oferece gestos que comprovam que, se em algum momento existiu essa história de tampa da panela ou chinelo para um pé cansado, fomos feitos para completar um ao outro.

Eu sei que não acreditas nessa ideia de amor idealizada que eu acredito, mas quanto mais eu ando por ai e observo esses casais comuns, mais eu tenho certeza de que esse amor meio louco que nós temos não é algo que se possa achar em qualquer esquina.

Você é a única coisa certa nesse meu mundo cheio de coisas erradas. És tu que me ouves como se entendesse, que prestas atenção nas minúcias que eu sempre achei insignificantes. És tu quem sobrepuja qualquer outro conto de fadas que eu idealizei um dia e agora eu sei que o Eterno me ouvia. Ele sabe, meu amor. Ele sabia. Sabia que o mundo iria me ferir e deu a única coisa capaz de me curar, você.

Agora por sua causa eu não tenho mais medo do escuro, por sua causa as tempestades não me apavoram mais. Não quando teus braços me envolvem com tanta força e amor, não quando teu cheiro invade os cantos mais sombrios da minha alma. Eu poderia dizer que você é tudo, mas isso soaria desesperado demais e eu não quero parecer ainda mais louca. Você me deu tanto, tanto. Ofereceu seu amor mesmo não sabendo se eu seria capaz de dar o meu em troca. Aceitou meu silêncio, meu medo de pertencer, de me entregar. Aceitou coisas em mim que nem eu mesma era capaz de aceitar e ofereceu perdão. Perdão que eu nem sabia que precisava, mas que conseguiu ajudar a curar as feridas dentro da minha alma.

Faz menos de um ano que a gente se encontrou e eu já acho que vamos ficar juntos o resto da vida e muito além dela. Pode parecer a coisa mais tola e precipitada do mundo, mas eu juro que nunca tive tanta certeza de algo como tenho sobre isso. Não é só amor, entende? É mais. É a poesia escrita nas estrelas, o contorno desenhado com as cicatrizes da nossa história. É aquela música que você fez e que eu ainda não ouvi. Não é amor, é algo que não pode ser nomeado, nem trancado em alguma definição barata de sentimento. É mais, é maior. Infinitamente maior.

Porque isso que a gente é ainda não tem nome, só esboços. E isso deprime o mundo, isso causa inveja. Por essa razão eu não fui embora, como sempre fiz. Nem você. Não somos capazes de fazer tal coisa. Encontramos alívio, fizemos morada. Agora não dá mais pra voltar atrás, viver sem você seria negar quem eu sou. E agora, amor, eu faço como pra ajeitar minha vida se cada vez que você volta pra casa eu tenho vontade de fugir contigo? Diz o que eu faço se cada vez que eu escrevo, é sobre você? Meu Deus, é só sobre você. Você e essa coisa sem nome que somos nós. 

E agora, em vez de me afogar na minha tristeza, eu me afogo no teu rosto. no teu beijo. E é brincando de perder o chão que você me ganha mais a cada dia. Como eu não sei, mas ganha. E agora, o que faço? 







Textos, frases, crônicas, drama e uma mistura de coisas que só quem sente pode entender. O blog é uma mistura de tudo aquilo que passa na minha confusão mental, um pouco de crítica, um pouco de jogos, um pouco de tudo pra quem pensa em tudo.

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